quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vídeo lindooo...


A cada dia que passa, mais apaixonada eu fico por essa linda profissão...

Importância da Triagem Auditiva Neonatal


Todo bebê está submetido a apresentar possíveis problemas auditivos ao nascer ou adquiri-los nos primeiros anos de vida. Com a finalidade de prevenir a deficiência auditiva ou até mesmo de remediar, no caso dos bebês que apresentam surdez congênita, foi criada a lei municipal nº. 3028, de 17 de maio de 2000.
Tal lei se refere a um programa de triagem auditiva neonatal que tem como finalidade avaliar a audição em recém nascidos. Esse programa é eficaz no sentido de prevenção e cuidados auditivos, sendo indicado por instituições do mundo inteiro, visando o diagnóstico precoce de perda auditiva, uma vez que sua incidência, na população geral, é de 1 a 2 por 1000 nascidos vivos.
Saiba questões importantes em relação a esse teste, como:

Quando deve ser feito?

Orienta-se realizar o teste da orelhinha, nos primeiros anos de vida do bebê (3 meses), detectando perdas precoces que possam influenciar no aprendizado da linguagem. Geralmente o exame é realizado no berçário em sono natural, de preferência no 2º ou 3º dia de vida. O tempo de duração varia entre 5 e 10 minutos, não tem qualquer contra-indicação, não acorda nem incomoda o bebê. Não exige nenhum tipo de intervenção invasiva (uso de agulhas ou qualquer objeto perfurante) e é absolutamente inócuo. A triagem auditiva é feita inicialmente através do exame de Emissões acústicas evocadas (código 51.01.039-9 AMB).


Como marcar o teste?

Procure clínicas que possuem médicos especializados em otorrinolaringologia e procure também o fonoaudiólogo, esses irão encaminhar e realizar o teste da orelhinha, respectivamente.

Qual o método utilizado?

O método mais utilizado para a triagem auditiva neonatal é o exame de Emissões Otoacústicas Evocadas (EOAs) de acordo com o código (51.01.039-9 AMB).
Considerado bastante objetivo, este exame é indolor e de execução rápida, realizada durante o sono natural do bebê.
Utiliza-se um fone na parte externa da orelha do bebê. Demora de 5 a 10 minutos e não tem qualquer contra-indicação, não acorda nem incomoda o bebê.
O exame de EOAs baseia-se na produção de certo estímulo sonoro, bem como na percepção do retorno desse estímulo (eco), o registro é feito através do computador, verificando se a cóclea (parte interna da orelha) está normal, ou seja, em funcionamento, é emitido um gráfico com o diagnóstico do exame.

Como é dado o resultado?

Após o final do exame, além do resultado, é passado para o responsável e para o médico que solicitou o exame, um protocolo de avaliação. No caso de suspeita de alguma anormalidade após a realização da triagem auditiva neonatal, o bebê será encaminhado para uma avaliação otológica e audiológica completa.

Com o objetivo de ajudar a prevenir a deficiência auditiva, seguem abaixo alguns fatores que levam à surdez:

Fatores de risco para a surdez :
Bebê de 0 a 28 dias
- História familiar: ter outros casos de surdez na família;
- Infecção intra-uterina: provocada por citomegalovírus, rubéola, sífilis, herpes genital ou toxoplasmose;
- Baixo peso;
- Hiperbilirubinemia: doença que ocorre 24 horas depois do parto. O bebê fica todo amarelo por causa do aumento de uma substância chamada bilirrubina;
- Medicações ototóxicas;
- Síndromes neurológicas: Síndrome de Down ou de Waldemburg, entre outros.



quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Áreas de atuação fonoaudiológicas


É vastíssima a área de atuação do Fonoaudiólogo.
Na área de saúde encontramos o fonoaudiólogo inserido em ambulatórios, UBS (unidade básica de saúde), clínicas de especialidades e hospitais.
Na área de educação atua em instituições públicas e privadas, em creches, escolas de 1° e 2° graus, orientando pais e professores e auxiliando na elaboração de programas de alfabetização. Atua, ainda, como docente em cursos de graduação, pós-graduação e especialização em Fonoaudiologia.
Na área administrativa estrutura a atuação do fonoaudiólogo em suas respectivas especialidades e demanda populacional.
Em serviços de saúde ocupacional o fonoaudiólogo dá ainda orientações aos trabalhadores que sofrem ou correm risco de sofrer de doenças relacionadas ao trabalho, cuida da audição de funcionários expostos a risco auditivos (principalmente ruído) auxiliando na elaboração de programas de conservação auditiva, controle de ruído e realizando avaliações audiológicas. Os trabalhadores que usam a voz como instrumento de trabalho também são avaliados e recebem orientações sobre cuidados com a voz.
Nos meios de comunicação, artes e telemarketing e junto aos profissionais que têm a fala e a voz como instrumento de trabalho, a atuação do Fonoaudiólogo visa aprimorar os padrões de articulação, respiração, entonação, entre outros.
As entidades e associações de assistência a deficientes o fonoaudiólogo está inserido em equipes multi-profissionais, realizando um valioso trabalho com pacientes portadores de deficiências auditiva, mental, física, e de distúrbios emocionais e neurológicos.
Outra atividade que desenvolve está relacionada às entidades de classe, trabalhando em prol dos interesses da profissão e da classe fonoaudiológica, dentro dos conselhos, sindicatos, associações e sociedades.

Símbolo


  O símbolo da Fonoaudiologia é o Heráldico. Ele é constituído da seguinte forma:
- um círculo contendo em sua parte superior o nome da profissão - "Fonoaudiologia" em cor azul royal;
- ao centro a letra "F" estilizada, na cor vermelha;
- ao fundo e ao redor da letra "F" duas figuras geométricas, de forma côncava, raiadas e em sua parte inferior, losangos na cor vermelha, conforme matriz à disposição na sede dos Conselhos de Fonoaudiologia.
A forma estilizada no centro do heráldico tem dupla significação e referencia-se à emissão e recepção do som pelo corpo humano.
  O "F", de Fonoaudiologia, em primeiro plano no heráldico, lembra o despertar da serpente em movimento ascensional. Esse movimento nas práticas derivadas da sabedoria oriental desperta o homem para a compreensão mais ampla da vida e do universo. Nesse sentido é também força de cura, de vivificação e os raios do outro referenciando-se à emissão e recepção do som pelo corpo humano".

  Lindo o nosso símbolo!!!

Fonoaudiologia e sua história

Não poderia começar esse blog, senão falando da historia da Fonoaudiologia e seus objetivos...

“A Fonoaudiologia é a ciência que tem como objeto de estudo a comunicação humana, no que se refere ao seu desenvolvimento, aperfeiçoamento, distúrbios e diferenças, em relação aos aspectos envolvidos na função auditiva periférica e central, na função vestibular, na função cognitiva, na linguagem oral e escrita, na fala, na fluência, na voz, nas funções orofaciais e na deglutição."Fonte: Plenário do CFFa durante a 78ª SPO - março de 2004.

A Fonoaudiologia de hoje, sem renegar sua tradição, sua história, sua filosofia do passado é uma ciência estudada de forma sistemática nas universidades de 32 países do mundo. Seu fato - a linguagem patológica é pesquisado, cientificamente.

A Fonoaudiologia não é mais simples técnica intuitiva e arte, ao contrário da idéia do seu fundador clássico - Demóstenes - que colocava seixos na boca para melhor articular sua gagueira; ou diante do mar bravio discursava inibindo, sem saber, o próprio feed-back auditivo e o pressentido medo de vozes da multidão; ou postava-se diante de uma espada que lhe roçava o peito, a fim de auto-regular suas sincinesias posturais e corporais; ou aprendia com Sátiro, a intencionalidade do humor sútil, a crítica dirigida inteligentemente, o poder da palavra que influenciava o povo de Atenas, que o confirmava Homem pensante, racional e "loquens".

Na maioria dos países da Europa, América do Norte, África, Ásia, Área do Pacífico e América Latina a profissão é reconhecida geralmente pelo Ministério da Saúde ou da Educação ou ambos, ou ainda, pelos Governos Estaduais ou Federais, dependendo da legislação de cada país.

O primeiro país a reconhecer a profissão foi a Hungria em 1900. Antes de 1940, cinco países reconheceram a profissão sendo eles: Áustria, Nova Zelândia, Alemanha, Noruega e Iugoslávia. Ao redor dos anos 60, mais onze países reconheceram esta profissão.

A história da Fonoaudiologia no Brasil, de início, não se diferencia da Educação Especial. Já se pensava em reabilitação no Brasil na época do Império.

Em 1854 foi fundado o Imperial Colégio para meninos cegos - hoje, Instituto Benjamim Constant. Em 1855 foi fundado o Colégio Nacional, destinado ao ensino dos surdos. Passou o dito Colégio, sucessivamente, pelos seguintes nomes: Imperial Instituto de Surdos-Mudos (1857), Instituto Nacional de Surdos Mudos (1949), para em 1957 ser definitivamente reconhecido pelo nome de Instituto Nacional de Educação de Surdos, mais conhecido como I.N.E.S. Neste Instituto, em 1950, Ana Rimoli de Faria Doria marcou sua presença.

Paralelamente a educação dos surdos encontraremos em 1912 o Dr. Augusto Linhares, o grande precursor da Fonoaudiologia no Brasil, que já a diferencia da educação especial dando início as pesquisas e reabilitação dos distúrbios da voz e da fala, bem como cursos de orientação a professores. Também, promoveu conferências sobre o "Tratamento da Voz" e "Gagueira" as quais podem ser encontradas nos Anais da Academia Nacional de Medicina.

A partir da década de 1940 vários trabalhos surgiram em diversas partes do país, principalmente, em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, enfatizando-se a necessidade de criação e aprimoramento no campo da reabilitação dos Distúrbios da Fala, Voz, Audição e Linguagem.

Na década de 1950 surgem os primeiros movimentos para a habilitação sistemática em Terapia da Palavra. Por um lado teremos o Primeiro Centro de Pesquisas Educacionais com a colaboração do Dr. Ombredane, (estudo das afasias) e mais tarde, Ophelia Boisson Cardoso, a qual, também, iniciou o trabalho no campo da linguagem no Instituto Pestalozzi. Pelo outro lado, entre os profissionais de teatro vamos ter a participação de Lilia Nunes e Esther Leão, precursoras na reabilitação dos problemas da voz e também dos cursos de Impostação da Voz.

Em 1956 foi fundado na AFAE o setor de terapia da Palavra. A seguir o Dr. José Julio Ferreira de Souza (ORL) iniciou o curso de Logopedia no Hospital São Francisco de Assis no Rio de Janeiro e a professora Lucia Teixeira Bentes (já falecida) iniciou o curso para formação de Logopedistas na Sociedade Pestalozzi do Brasil.

No século XX, a Fonoaudiologia viria a se afirmar como profissão porque trabalharia de forma científica. Certamente a obra de Saussure, estudando língua e linguagem de forma científica, pela primeira vez é da maior importância. Abriu enormes possibilidades teóricas. Viria a se afirmar como Ciência, organizando sem campo de estudos. A Fonoaudiologia formar-se-ia das Ciências Lingüísticas e Audiológicas, começando a enunciar seus primeiros pressupostos teóricos nesse século nas décadas finais.

Voltando ao início do século XX, vemos que a Psicologia viria a crescer também, como Ciência. Psicólogos como Binet, Simon, nos dariam metodologias e técnicas para medir comportamentos e coeficiente intelectual. A linguagem é um comportamento certamente advindo de processos mais altos como o pensamento inteligente do Homem: assim pode ser passível de medida. Ainda que esses processos mentais do pensamento sejam encobertos, os comportamentos lingüísticos abertos à observação são a melhor forma de medi-los indiretamente, numa avaliação. Isso logo interessou aos patologistas da linguagem. O fato da Fonoaudiologia ter preferido estudar mais as explicações da Psicologia, em detrimento das explicações da Medicina, parece sintomático na sua luta de não aceitar explicações definitivamente, muito organicistas do fenômeno da linguagem, que os médicos sempre quiseram impor no final do século XIX aos elocucionistas e fonéticos. Esses últimos insistiam que a linguagem era, antes de mais ainda, um fenômeno lingüístico primordialmente, que poderia ser estudado por eles, por suas ciências e metologias.

Se a Fonoaudiologia começou como técnica, com dogmas e com explicações metafísicas do seu fenômeno, hoje, fazendo parte das Ciências de Comunicação, pesquisando a comunicação patológica, forma seus profissionais como modernos cientistas, estudando as suas próprias teorias que já levantou nesse século XX e as que certamente levantará no século XXI. Finalmente, a Patologia da Linguagem está sendo compreendida, nesse final de século, como um fenômeno bio-psico-social complexo. A linguagem patológica é uma criação do Homem, estranho ser pensante e dialógico, cujo anti-diálogo a Fonoaudiologia busca compreender filosoficamente, cuja anti-comunicação busca explicar cientificamente.