quarta-feira, 23 de março de 2011

Fonoaudiologia Forense

A Fonoaudiologia Forense é a interface entre a lei e a ciência da comunicação humana. É a aplicação de técnicas científicas dentro de um processo legal e abrange todas as questões relacionadas à comunicação nas áreas da voz, fala, linguagem oral, escrita e audição.
A perícia na área da comunicação envolve habilidade, experiência e profundos conhecimentos de acústica, fisiologia da fonação, anatomia, linguagem, psicoacústica, informática, dentre outras áreas comuns.
Esta ciência segue as principais metodologias internacionais adotadas pela SWGE-Scientific Working Groups on Digital and Multimedia Evidence na investigação de crimes e delitos comuns relacionados a comunicação humana.
Situações como, ameaças, chantagens, seqüestros, gravações telefônicas e gravações de áudio e vídeo, entre outros, podem ser investigadas, identificadas e esclarecidas.

O objetivo da perícia é a produção de prova. Não é suficiente alegar os fatos, precisa-se prová-los com documentos e demonstrações com rigor técnico, através do Laudo Pericial elaborado por profissional com formação nas ciências da comunicação humana.

Histórico

1998
– Christine Fernandes entra na justiça para que sua voz não fosse dublada no filme LARA. Foi solicitada perícia de voz para verificação da autoria da dublagem do referido filme. A fonoaudióloga Maria do Carmo Gargaglione foi contratada para realizar a análise.

2003 – O cirurgião plástico Ox Bismarck, 55 anos, foi assassinado, em sua residência, Zona Sul do Rio. Em sua casa foi encontrada uma fita cassete que continha gravações ambientais. A fonoaudióloga Maria do Carmo Gargaglione foi nomeada pelo Delegado responsável pelas investigações para periciar a fita.

2004 - André Francavilla Luz, 27 anos, foi seqüestrado quando saía da empresa da família, em São João do Meriti, Baixada Fluminense, em fevereiro de 2004. Mesmo com pagamento de resgate, André, que era formado em Administração pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC) foi torturado e morto. O corpo foi encontrado seis meses depois, enterrado como indigente num cemitério em Nova Iguaçu. A fonoaudióloga Maria do Carmo Gargaglione atuou como perita nas investigações que culminaram com a prisão dos integrantes da quadrilha autora do seqüestro.

2005- Inauguração do LIAAV Laboratório de Análise Áudio Visual na FAEPOL(Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento da Polícia Civil)
Notícia publicada no site do Ministério Público: Com a nomeação da técnica pericial Maria do Carmo Gargaglione, fonoaudióloga, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro deu importante passo no enfrentamento da criminalidade, eis que passou a ostentar capacitação para realização dos exames de confronto de voz, sendo certo que essa importante ferramenta vem servindo de alicerce aos Promotores de Justiça em diversas demandas criminais em trâmite por todo o Estado.
Neste mesmo ano começou a ser estruturado o Setor de Fonoaudiologia Forense do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que hoje conta com 5 fonoaudiólogas.

2006- Perícia de voz e imagem acelera fim de processos no TJ, Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Um convênio firmado entre o Tribunal de Justiça do Rio e a Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento da Polícia Civil (Faepol) em maio de 2006 vem agilizando a conclusão de centenas de processos que precisam de laudos periciais de voz e imagem. A medida tornou-se necessária em razão do crescente uso das interceptações telefônicas como meio de prova, principalmente no que diz respeito às investigações da Polícia. Além disso, há o fato de o Instituto de Criminalística Carlos Éboli - órgão de perícia do Estado - não estar equipado para fazer a identificação de voz, apenas a transcrição das conversas. O objetivo é permitir que os juízes tenham tranqüilidade e embasamento necessários para concluir os processos com eficiência. O trabalho pioneiro está sendo executado no laboratório de voz da Faepol, que comprou equipamentos de ponta e montou uma equipe especializada formada por fonoaudiólogos.

2008- Fundação da Academia Brasileira de Fonoaudiologia Forense-Acadeffor
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas ouviu a fonoaudióloga e perita do Ministério Público estadual do Rio de Janeiro Maria do Carmo Gargaglione; A audiência com Maria do Carmo Gargaglione foi realizada terça-feira 6 de maio de 2008, às 14h30, no plenário 9. A participação da fonoaudióloga foi solicitada pelo deputado Hugo Leal (PSC-RJ). Ele afirma que a credibilidade dos laudos elaborados pela equipe de Maria do Carmo tornou o Ministério Público do Rio de Janeiro referência na análise de escutas telefônicas.

2009- Desenvolvimento de atividades científicas em âmbito nacional e internacional.
Curso de Operações Anti-sequestros:Recursos Técnicos e Científicos Aplicados a Investigação do Crime de Sequestro a convite do Ministério da Justiça, Secretaria Nacional de Segurança Pública, Força Nacional de Segurança Pública. Participação no Seminário Crime Organizado - Técnica de inteligência para análise e cruzamento de dados fragmentados – caso real, Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro realizado pela Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro. Participação no seminário Escutas Telefônicas: aspectos legais e operacionais, evento promovido pela Acadeffor em parceria com a Escola de Magistrados do Estado da Bahia. Diretoria da Acadeffor participa da Conferência Nacional do American College of Forensic Examiners no estado de Nevada/USA.

terça-feira, 22 de março de 2011

Fonoaudiologia oferece curso de extensão sobre hiperatividade


        O Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade São Lucas estará realizando no dia 2 de abril o curso de extensão sobre Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, destinado aos estudantes e profissionais de fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia e áreas afins. O curso será ministrado pelas fonoaudiólogas Daiane Melo e Lidiane Batista, no horário das 8h às 12h. O investimento é de R$ 50,00 (alunos não sócios da AFERO), R$ 30,00 (alunos sócios da AFERO), R$ 60,00 (profissionais não sócios da AFERO) e R$ 40,00 (profissionais sócios da AFERO). As inscrições podem ser feitas no Departamento de Fonoaudiologia (Rosângela) e na Clínica de Fonoaudiologia (Daiane e Lidiane). As vagas são limitadas.
          O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) acomete crianças, adolescentes e adultos, cujas manifestações podem modificar o comportamento. Os indivíduos com TDAH apresentam um padrão de desatenção e/ou hiperatividade, mais freqüente e grave do que os apresentados em indivíduos normais, acometendo mais meninos do que meninas, numa proporção de 3/1. Diversos estudos comprovam que 50% a 60 % dos pacientes mantém sintomas na vida adulta, com significativo comprometimento na vida social, acadêmica, ocupacional e familiar. Tanto o processo diagnóstico quanto o tratamento do TDAH são complexos, não só pelo caráter dimensional dos sintomas de desatenção e/ou hiperatividade, mas também pela alta freqüência de comorbidades psiquiátricas apresentadas pelos pacientes. Profissionais da área de saúde mental da infância e adolescência freqüentemente se deparam com situações clínicas em que o diagnóstico do TDAH deve levar em consideração a presença de diferentes condições, tais como déficits cognitivos, transtornos de aprendizagem ou transtornos invasivos do desenvolvimento, sendo fundamental o melhor entendimento da complexidade desses casos para a adequada orientação, elaboração da intervenção terapêutica e avaliação da necessidade do suporte educacional e emocional para esses pacientes e suas famílias.

Disgrafia e Disortografia

         A boa caligrafia está associada no controle motor fino, integração viso-motora, planejamento motor, propriocepção, percepção visual, atenção sustentada e consciência sensorial dos dedos. Falhas podem resultar em caligrafia ilegível e comprometer o desempenho escolar da criança.
         Denomina-se de disgrafia a incapacidade do indivíduo na produção de uma escrita, desorganização das letras e do espaço, letras ilegíveis e irregulares, com traçados de letras incompletas, dificuldade para realizar cópias e falta de atenção à margem do caderno, dificultando o entendimento da leitura.
         A disgrafia pode ser considerada uma lesão ou disfunção do sistema nervoso central que resulta em perda de habilidades de escrever, e pode interferir no desempenho escolar da criança.
        A disortografia é caracterizada pelo não comprometimento do traçado ou da grafia, e sim, pela troca de letras na escrita, junção ou separação indevidas das palavras, confusão de sílabas, omissões ou acréscimos de letras e inversões. Além disso, dificuldades em perceber as sinalizações gráficas como parágrafos, acentuação e pontuação também podem ser características apresentadas por sujeitos com disortografia. Devido à essas dificuldades a criança prepara textos reduzidos e apresenta desinteresse na escrita. Até a 2ª série que é comum que as crianças façam confusões ortográficas porque a relação com sons e palavras impressas ainda não estão dominadas por completo. O fonoaudiólogo poderá desenvolver um atendimento preventivo, quanto antes for o tratamento, melhor será o prognóstico da criança.