sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

História das Línguas de Sinais

A maioria das investigações em Língua de Sinais foi influenciada por teorias estruturalistas e inatistas, cujo objetivo era descrevê-las, como sistemas homogêneos, com base nos pressupostos de uma Gramática Universal, a fim de comprovar o seu status de línguas naturais.
Em sua maioria as Línguas de Sinais se desenvolveram principalmente dentro de instituições escolares (internatos).  Algumas delas se propagaram mesmo sob condições de proibição de seu uso.

Língua de Sinais Francesa
Língua de Sinais Americana
Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Língua de Sinais Nicaraguense
Língua de Sinais da Nova Zelândia
Língua de Sinais Beduína (ABSL)
Língua de Sinais Israelense
Língua de Sinais da Ilha de Marta´s Vineyard


Língua de Sinais Francesa
Um dos primeiros passos da educação de surdos, no início do século XVIII, partiu da iniciativa Etienne de Fay, um nobre surdo, em criar a primeira escola em que se priorizava o ensino em sinais. Em 1779, é publicado o primeiro livro escrito por um surdo chamado Pierre Desloges. No entanto, foi o abade de L´Épée que, efetivamente, elabora um método a fim de aproveitar os sinais que duas irmãs gêmeas surdas usavam entre si para se comunicar. Com isso, ele cria uma escola em que abriga mais de 70 alunos e onde ensina seu método a outros professores. Após sua morte, Abade Sicard torna-se diretor do instituto e dois de seus alunos surdos, Le Clerc e Massieu, aprendem com ele os métodos de ensino. Entretanto, após viver um período áureo, a educação de surdos sofre a intervenção do Congresso de Milão em 1880, interditando a comunicação dos surdos em
nas associações fundadas pelos surdos ou mesmo em suas casas ou nos pontos de encontros.

Língua de Sinais Americana
de Sinais Americana Velha, pois índios e outros povos já se comunicavam em sinais antes da chegada de Gallaudet.
Em 1815, o francês Laurent Gallaudet vai para os Estados Unidos e funda, juntamente com o pastor americano, Thomas Gallaudet, a primeira escola de surdos. Desta forma, o método de L´Épée é exportado para a América. Em 1986 é inaugurada a Universidade Gallaudet, única universidade própria para surdos. Supõe-se que a Língua de Sinais Americana tenha recebido uma pequena influência do amálgama entre a Língua de Sinais da Ilha de Marta e da LSF, praticadas por surdos de uma escola em Nova York. Wilcox e Wilcox (1997) afirmam que essa língua é a evidência de que, antes de a Língua de Sinais Francesa Velha chegar à América, já existia uma Língua

Língua Brasileira de Sinais (Libras)



A Libras é originada do contato entre a Língua de Sinais Francesa e ou outras Línguas de Sinais de outros países ou Línguas de Sinais Primárias que, provavelmente, já existiam antes da chegada de um professor surdo francês. O professor Ernest Huet foi convidado por Dom Pedro II que instituiu a primeira escola de surdos no Brasil. Assim, nasce o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos que abrigava, em regime de meninos surdos com idade entre 7 e 14 anos.
No Brasil, a filosofia oralista também impactou a educação dos surdos. No entanto, mesmo proibida, a Língua de Sinais sobreviveu e se desenvolveu nos ambientes de encontro dos indivíduos surdos. O Imperial Instituto dos Surdos-Mudos foi de extrema importância na propagação da Língua de Sinais em grande parte das regiões brasileiras.

Língua de Sinais Nicaraguense
Segundo Casey (2003, p. 243), até 1979 não havia escolas para crianças surdas na Nicarágua. Esses indivíduos viviam isolados uns dos outros. Somente em 1980, estudantes vieram de várias partes do país para estudar na primeira escola de educação especial. Dentre esses alunos, vários surdos se encontraram trazendo consigo seus próprios sistemas idiossincráticos, gestuais ou caseiros
(Senghas 1995a; Kegl, Senghas e Coppola, 1999).
Embora imperasse o método oralista, havia três sistemas de sinais que

Língua de Sinais da Nova Zelândia
De acordo com Mckee, Mckee e Major (2008), A NZLS faz parte da família da Língua de Sinais Britânica e está intimamente ligada à Língua de Sinais Australiana (Johnston 2000; McKee e Graeme 2000), da qual são emprestados vários sinais.
Como resultado da influência oralista desde os anos 80, a comunidade de surdos usuários de NZLS é relativamente pequena e seu uso não é difundido na educação ou na mídia. Profissionais intérpretes e tutores surdos têm sido ensinados em contextos educacionais comunitários desde 1990 e isso tem se
apresentado um ambiente profícuo de variação linguística.

Língua de Sinais Beduína (ABSL)
O grupo Beduíno Al-Sayyid foi fundado há aproximadamente 200 anos na região de Negev, atual Israel. Atualmente, essa comunidade tem 3.500 membros e há pelo menos cem surdos que, devido ao casamento endogâmico, tem surdez congênita recessiva. Essa peculiaridade tem trazido implicações sociolinguísticas, pois membros surdos e uma fração significativa de ouvintes fazem uso da ABSL (Meir, Padden, Aronoff e Sandler, 2008). Essa língua não tem influência de outras línguas e possui estrutura lexical e morfossintática diferente das Línguas de Sinais utilizadas na região: a Língua de Sinais Israelense e a Língua de Sinais Jordaniana.
Língua de Sinais Israelense
Segundo Meir, Padden, Aronoff e Sandler (2008), a Língua de Sinais Israelense existe há aproximadamente 70 anos e desenvolveu-se em uma situação de pidgin. Os membros imigraram de vários contextos diferentes, trazendo consigo suas línguas ou um sistema de sinais primário adquiridos nos países em que habitavam. Atualmente, coexistem quatro gerações de sinalizantes, ou seja, desde a primeira geração, que contribuiu para os estágios de emergência até a quarta geração, que adquiriu e desenvolveu a língua na configuração atual.
Língua de Sinais da Ilha de Marta´s Vineyard
Por mais de 200 anos, surdos e ouvintes conviveram no isolamento da Ilha de Marta. Da mesma forma que a comunidade Al Sayyid, essa população teve uma incidência de surdez congênita muito alta. Ambos os grupos, surdos e ouvintes, usam Língua de Sinais no uso linguístico cotidiano. Segundo Cameron (2005) , antes do século XVII, membros de uma comunidade que residia em County Kent Weald, na Inglaterra, mudaram para a ilha, trazendo consigo a Língua de Sinais Kent. Essa, por sua vez, se desenvolveu durante os séculos XVII e XVIII e foi denominada Língua de Sinais Chilmark. Somente nos séculos XIX e XX uma combinação dessa língua com a Língua de Sinais Francesa deu origem à Língua de Sinais da Ilha de Marta. Esse contato iniciou em 1817 quando grupos surdos foram introduzidos numa escola em que havia o ensino da Língua de Sinais Francesa. No entanto, essa língua foi extinta, pois a Língua de Sinais Americana ganhou espaço nessa comunidade.
concorriam entre si e eram sistemas de contato fora das salas de aula usados no encontro desses alunos surdos: 1) Linguagem de Sinais Nicaraguense (LSN), uma espécie de pidgin expandido usado por surdos que entraram na escola depois da idade de dez anos; 2) Idioma de Sinais Nicaraguense (ISN) ou Língua de Sinais Nicaraguense, um crioulo da LSN usado por sinalizantes que entraram na escola antes da idade de dez anos; 3) O Pidgin de Sinais Nicaraguense (PSN), sistema de comunicação entre surdos e ouvintes, mistura de dois códigos: o Espanhol falado e um sistema de sinais primário. É defendido que a ISN nasceu da nativização da LSN pelos jovens e por crianças surdas (Kegl e Iwata, 1989; Kegl, Senghas e Coppola, 1999).

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